quarta-feira, 16 de maio de 2012

Hunyuan Taijiquan

Hun = unidade indiferenciada
Yuan= original, antecedente de qualquer coisa


O grão-mestre Feng Zhiqiang adotou nominalmente o antigo conceito taoísta “Hunyuan”, pois pensava que este conceito do estado da “Dinâmica Original” do “Universo”, sempre constante e coordenada, deveria ser refletido nas artes marciais. Céu, Terra têm movimentos cíclicos e circulares e, assim como o Universo, nós estamos envoltos em círculos que na experiência do Hunyuan Taiji é tornar-se conscientemente parte desta dinâmica. Em uma de suas comparações do macrocosmo com o microcosmo ele colocava que: “O movimento de espiral do Taiji quan baseia-se na mesma teoria da rotação do Céu e da Terra e que o Qi (força interna) desloca-se pelos canais de energia. Exemplificava que o Qi ascende através do Vaso Governador (du mai), afunda-se através do Vaso Concepção (ren mai) e preenche o Vaso da Cintura (dai mai)”. 

A ideia de “Unidade Original” também pode ser análoga à ideia de Céu-anterior ou à condição fisiológica de pré-nascimento e, assim, a experiência do Hunyuan Taijiquan propõe uma prática voltada para alcançar a respiração pré-natal durante a vivência. Essa questão é anterior a da atenção à forma ou agilidade corporal. Neste sentido, a nominação Hunyuan vem ao encontro do que sempre foi o objetivo alcançável e mais profundo da prática das artes internas. 

A vivência do Hunyuan Taijiquan envolve a ideia de expandir a nossa energia com o movimento. O movimento é ao mesmo tempo concentrado/conectado e expansivo, ou seja, ligado ao praticante e ligado ao Universo. Quando se pratica assim pode-se vivenciar a sintonia expansiva com o Universo. Esta prática de Concentração e Expansividade permite uma experiência não comparável de auto-realização e tranquilidade. 

Este estado de realização e liberdade era demonstrado pelo grão-mestre Feng Zhiqiang como uma pessoa que praticava o Taijiquan com muita liberdade de expressão. Isto parece muito coerente com a Natureza que dia após dia se mostra diferente e ao mesmo tempo mantem um aspecto permanente e imutável. Esta mesma liberdade de expressão corporal foi passada aos seus discípulos. Se observamos a performance de vários mestres, mesmo sendo orientais, percebemos diferenças nos movimentos. Obviamente esta liberdade não descaracteriza o estilo, mas permite nuances e afirmações de acordo com a opção do praticante.

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